Oi, como vai você?
Às vezes é bom acordar com uma notícia legal. Sou um cara que acredita que violência e crime podem ser reduzidos de duas formas: estatisticamente em curto prazo e culturalmente em longo prazo. E eu pendo mais pro lado de reduzir culturalmente. Porque reduzir estatisticamente em curto prazo é esse papo de redução de maioridade e construção de prisão, que resolve no papel pra depois ir mostrar lá nos show and tell da ONU. Mas pra funcionar precisa de cada vez mais gente cometendo crimes.
Isso é como pegar um prédio com a fundação toda detonada, já inclinando, e ir metendo móveis mais pesados nos apartamentos pra manter equilibrado.
Culturalmente é outra coisa. Com paciência e dedicação, as estatísticas acabam nem sendo necessárias. Demora mais, mas é mudança estrutural, pra não ter mais problema. É como pegar um prédio que a fundação tá toda arregaçada e de fato cavar e consertar a base da parada pra não correr mais o risco de cair. Mas enfim, não sou eu que mando nas coisas, então…
Fato é que essa notícia aí do eletricista ilustra meu ponto de vista. Nem todo mundo que comete crime é vítima social. Fato. Assim como nem todo mundo que comete crime tá nessa porque adora isso. Fato. Esse debate é estatístico. E número, mano, é altamente manipulável. 78% dos matemáticos que entrevistei pra este artigo concordam que números são manipuláveis. E isso é mais de 3/4.
E não vem me tirar de hippie humanizador também não. Ninguém precisa viver exclusivamente em função do outro. Nem acho que deva. Nego parece que só funciona em duas velocidades. Cê fala em “empatia” e o maluco já acha que tem que vender a Hilux e entrar pro Médicos Sem Fronteiras. Não é isso. Acho que parafrasear o Ra’s Al Ghul treinando o Batman serve bem: “presta atenção no que tá ao redor”. Só isso. Não é ficar o tempo inteiro olhando ao redor. É só levar em consideração que existe um “ao redor”.
Meu ângulo de abordagem é cultural. E nisso os policiais do DF deram show. Detiveram o cara em respeito à lei que precisam cumprir como policiais. Mas ouviram, ponderaram, liberaram e ajudaram o sujeito em respeito à decência que precisam ter como pessoas.